“A oração é ato político, energia social, bem público”, diz teólogo
Eugene Peterson , teólogo, nascido em 1932, em Washington (EUA, é professor emérito de Teologia Espiritual na Regent College, no Canadá. Autor de vários livros, entre eles, o livro ‘Onde está o seu tesouro. Peterson relata: “A oração é ato político, energia social, bem público. Ela molda a vida da nação muito mais do que a legislação. O fato de não termos sido ainda dominados pela anarquia deve-se muito mais à oração do que à polícia.”
O Teólogo afirma ainda que a oração “É um ato permanente e intricado de patriotismo no sentido mais amplo da palavra – muito mais preciso, amorosa e protetor do que qualquer patriotismo declarado em slogans. A possibilidade de viver na sociedade e o renascimento da esperança se devem à oração e não à prosperidade empresarial ou ao florescimento das artes. O ato mais importante para despertar toda saúde e força que há em nossa terra é a oração”
Resta saber que tipo de oração é um ato político. Certamente não é a oração congregacional e alienante que tanto vemos em algumas igrejas evangélicas e nas neopentecostais. Aqueles recitais de magias disfarçadas de oração são muito mais uma forma de escoamento de neuroses e artefatos discursivos que garantem fidelização de uma clientela religiosa.
A oração como ato político não é ensimesmada, não busca prioritariamente o bem-estar individual, não comunga com os valores de uma sociedade de consumo. A oração como um ato político é o sermão do monte efervescendo na alma. Recortes de promessas triunfalistas, contidas em alguma parte da bíblia e repetidas como mantras, não podem ser de forma alguma um ato político. Essas pseudo-orações não passam de fórmulas mágicas, que apenas potencializam o desejo individual de sucesso e poder, sem qualquer ressonância nos aspectos ético-políticos da vida social.
Com informações de Sostenes Lima